Conheça jogos e brincadeiras de vários povos indígenas

Homens kalapalo jogam kopü-kopü (peteca) - Foto: Haroldo Palo Junior (2006)

Homens kalapalo jogam kopü-kopü (peteca) – Foto: Haroldo Palo Junior (2006)

Os povos indígenas têm uma gama de jogos e brincadeiras. Alguns jogos são desconhecidos, outros bastante comuns entre os não índios, como a peteca e a perna de pau. Conheça também o Ikindene e a Heiné Kuputisü, que é tipo uma “corrida de saci”.

Ikindene

Homens kalapalo lutam Ikindene durante a cerimônia do Kwarup - Foto: Haroldo Palo Junior (2006)

Homens kalapalo lutam Ikindene durante a cerimônia do Kwarup – Foto: Haroldo Palo Junior (2006)

O Ikindene é um jogo muito praticado entre os Kalapalo. Durante a cerimônia do Kwarup, que reúne pessoas de diferentes aldeias, apenas os homens podem lutar, mas durante o ritual Jamugikumalu só participam as mulheres. Este tipo de luta, ou arte marcial, é disputado no pátio central da aldeia entre dois jogadores. Os lutadores se enfeitam com pinturas corporais, cintos, tornozeleiras, colares de caramujos e feixes de lã nos braços e joelhos. Este jogo é levado muito a sério. Os grandes campeões da luta temem perder e os iniciantes têm medo dos adversários ou de se machucar.

Assista a um vídeo com o Ikindene:

Perna de pau dos Xavante

Menino xavante brinca com perna de pau – Foto: Renata Meirelles

Em uma aldeia xavante, no Mato Grosso, quando as crianças têm vontade de andar nas pernas de pau, saem em grupos para o mato levando consigo seus facões. Precisam encontrar o brinquedo que está pronto e escondido em alguma árvore da mata, só aguardando a vinda de alguém.

Peteca

Menino xavante joga peteca no patio da aldeia - Foto: Renata Meirelles

Menino xavante joga peteca no patio da aldeia – Foto: Renata Meirelles

O nome “peteca” – de origem Tupi e que significa “tapear”, “golpear com as mãos” – é hoje o mais popular entre todos os nomes desse brinquedo tão conhecido no Brasil. Ainda hoje muitas pessoas aguardam o tempo das colheitas para elaborar seus brinquedos. Com as palhas do milho trançam diferentes amarras e laços e criam petecas de vários formatos.

Heiné Kuputisü

“Corrida de saci” – Foto: Haroldo Palo Junior (2006)

Como uma espécie de “corrida do saci”, neste jogo de resistência e equilíbrio o velocista deve correr num pé só, feito um saci. E não pode “trocar de pé”. Uma linha é traçada na terra para definir o local da largada e um outro, a uns 100 metros de distância, aponta a meta a ser atingida. Se o jogador conseguir ultrapassar a meta é considerado um vencedor, mas se parar antes de chegar na linha final, é sinal de que ainda não tem a capacidade esperada e precisa treinar mais.